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sexta-feira, maio 11, 2007

Insulto

Insulto

Não sei dizer se todo escritor sente o que sinto, e até por saber que as visões são subjetivas vou retratar meu sentimento absurdo. Sinto-me insultada pelas folhas de papel em branco, sejam pautadas ou não, olham e debocham de mim, como se dissessem “estamos aqui, e passamos impunes, não vai fazer nada?”.
Tenho uma compulsão mórbida por escrever bobagens absurdas, sem importância poética ou vital, que passam pela total subjetividade dessa mente torta e desgovernada. Aliás, já ouvi dizer que muitos acham bobagem o que escrevem, tudo o que eu escrevo é bobagem, mas já me pergunto o que é bobagem, ou o que já não foi dito ainda?
Estou então em uma encruzilhada, de um lado a folha a zombar de minha ignorância prosaica, de outro o plágio que afirma já ter dito isso antes, um lado retratado por essa vontade latente que me impulsiona a escrever mais e mais bobagens, sem esquecer o leitor, o maior lesado em toda essa divagação.
Não tenho discernimento maduro o suficiente para poupar meus leitores de minha mão desaforada, que não suporta o insulto das folhas em branco, mas no meu íntimo sei por que elas zombam de mim, e me insultam, porque sabem que não tenho autoridade nenhuma sobre elas, por perceberem que não passo de um atento ao mundo que me cerca, se eu fosse um talento, certamente não fariam chacota de mim.

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